A restinga da Marambaia é um dos lugares mais impressionantes do Rio de Janeiro. Além de surpreendentemente bonito, ainda é desconhecido pela maioria das pessoas. O principal motivo para isso é o fato do território pertencer às Forças Armadas, e por isso, ter acesso restrito para a população.
A restinga da Marambaia faz parte de três cidades: Mangaratiba, Itaguaí e Rio de Janeiro, cujo acesso é por Guaratiba, um dos bairros da Zona Oeste.
Apesar da beleza, o local possui uma história bastante controversa por conta do tráfego ilegal de escrevo que aconteceu entre os séculos XVII e XVIII. E hoje de posse da União, há ainda uma relação delicada com os poucos moradores que ainda residem por lá.
A Ilha de Marambaia, como também é conhecida, é a maior área de restinga fora de local de conservação de todo o estado do Rio de Janeiro. A restrição no acesso ajudou na conservação, mas também dificulta as pesquisas científicas na restinga. Apesar disso, alguns grupos de cientistas realizam excelentes trabalhos de pesquisa na região.
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A história da restinga da Marambaia
Existem relatos anteriores, contudo, o primeiro documento oficial da posse da Marambaia é de 1856, no nome nome do comendador Breves, conhecido na região Sul Fluminense como grande Barão do Café e também traficante de escravos. Breves morreu em 1889, e uma das versões da história diz que ele passou a posse da região para a sua esposa. Há no entanto, outra versão, de que ele havia deixado a ilha para a família de ex-escravizados que ainda viviam nas terras.
No ano de 1908, a Restinga passou a ser, oficialmente, da Marinha do Brasil. No mesmo ano, foi instalada a Escola de Aprendizes-Marinheiros. Outras atividades da Marinha também são realizadas na ilha.
Todavia, bem antes dos marinheiros, a Marambaia era utilizada como região de “engorda” no tráfico de escravos negros trazidos à força da África. Com o fim da escravidão, essas pessoas passaram a viver na Restinga, construindo uma nova vida, seus descendentes ainda estão lá, em quilombolas, realizando atividades como pescaria, artesanato entre outras.
Remanescentes de Quilombo da Ilha da Marambaia
Além das atividades militares, a Ilha da Marambaia também possui outros moradores, que somam aproximadamente 400 pessoas. Essas famílias travaram na justiça uma longa batalha para permanecer morando na ilha. As ações duraram décadas, mas desde 2015 eles possuem o título de posse do local.
Como ir na Restinga da Marambaia?
O único acesso terrestre para a Restinga da Marambaia é pelo bairro de Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Para entrar, no entanto, um civil comum precisa ser indicado por um militar. Apenas assim consegue usufruir das belas praias que o local possui.
Em 2013, o Jornal O Globo produziu uma reportagem sobre o local. De acordo com o texto, mesmo indicado, uma pessoa precisa desembolsar R$150 por trimestre para continuar tendo acesso.
Há ainda a opção de acesso à Ilha da Pombeba, que fica na ponta da Ilha da Marambaia. Para ir ao local, é preciso pegar um taxiboat em Itacuruçá, em Mangaratiba.
Parabéns ao autor pela exposição.
Ainda bem que esse local está nas mãos das forças armadas, por isso a área está tão bem conservada. Espero conhecer essa maravilhosa parte do RJ.
Deus abençoe seu trabalho.