Localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, o bairro de Campo Grande é uma região vibrante e cheia de história que merece ser explorada. Com suas raízes profundamente ligadas a uma fazenda do século XIX, o bairro cresceu para se tornar uma comunidade diversificada e dinâmica, oferecendo aos moradores e visitantes uma rica tapeçaria cultural e uma série de experiências únicas.
Ao mergulharmos nas entranhas deste bairro fascinante, descobriremos sete curiosidades que revelam sua essência e destacam suas peculiaridades, mostrando como Campo Grande continua a ser um tesouro escondido no cenário urbano do Rio de Janeiro.
1. Campo Grande é o bairro com maior população no Brasil
Em primeiro lugar, é importante desfazer uma confusão comum quando falam sobre esse assunto. Costumam dizer que Campo Grande é o maior bairro do Brasil, e isso pode causar a falsa impressão de que o bairro é o maior em tamanho, extensão territorial.
Isso não é verdade, pois há muitos outros bairros maiores no Brasil, inclusive no Rio de Janeiro, como Guaratiba e Santa Cruz, por exemplo. Mas quando o assunto é a quantidade de pessoas, não tem jeito: não há, nos mais de 5,5 mil municípios do Brasil, nem sequer um bairro com mais gente que Campo Grande.
De acordo com os dados do IBGE de 2010, ao todo, o bairro tem aproximadamente 330 mil pessoas. De acordo com o blog da empresa Geofusion, essa população tema s seguintes características:
- 26,24% da população do bairro tem entre 35 a 49 anos;
- 53,90% dos habitantes são mulheres;
- A faixa de renda domiciliar mensal mais presente é a B2 (de R$ 4.458 a R$ 8.255), sendo 22,3% da renda média total do bairro.
- A maior parte dos residentes do bairro não possui instrução e não têm o ensino fundamental completo, representando 38,11%. No segundo lugar está a população com ensino médio completo e superior incompleto, representando 34,64%.
- A grande maioria da população do bairro vive em casas (84,69%) e a maior parte das pessoas mora em domicílios com 3 moradores (26,03%).
2. Já foi conhecido como Citrolândia
Campo Grande foi uma das regiões de maior produção de laranja no Brasil. A região chegou a ser conhecida como “Citrolândia” e a enviar toneladas para Estados Unidos, Inglaterra e outros países europeus. Mas a crise gerada pela Segunda Guerra Mundial fez com que o próspero ciclo chegasse ao fim.
De acordo com as pesquisas de André Mansur, o lema “Laranja no pé, dinheiro na mão” ecoava nos corredores do comércio de frutas em Campo Grande. Durante seu apogeu, surgiu um intrigante confronto: um suco de laranja intitulado “A nossa” foi desenvolvido no bairro por um químico industrial e seu sócio. O sucesso do produto foi tão avassalador que negociações para sua exportação começaram a se desenrolar, chegando ao ponto de considerar a possibilidade de competir diretamente com a renomada Coca-Cola.
3. Campo Grande tem um time de futebol campeão brasileiro
Pois é! Na região da Zona Oeste, muito se fala dos feitos e das glórias do time de Moça Bonita, o Bangu, um dos maiores clubes do estado e um dos mais tradicionais do Brasil. Mas no bairro de Campo Grande, também há bastante história no futebol.
Em 1982, o Campo Grande Atlético Clube foi campeão da Taça de Prata, equivalente ao que hoje conhecemos como a Série B do Brasileirão. O torneio foi disputado por 48 equipes de diversos estados. A final foi disputada em 3 partidas contra o CSA, de Alagoas.
4. O bairro de Campo Grande quase virou um município
Em 1968 a Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara aprovou uma lei que emancipava o bairro de Campo Grande, mas a lei simplesmente não pegou. Foi a Lei número 1.627, de 14 de junho de 1968.
Em entrevista ao Diário do Rio, o historiador Carlos Costa explicou sobre essa característica que existe no Brasil de as leis simplesmente não vingarem quando não existe um grande interesse de fazê-las serem cumpridas.
5. Fica mais longe do centro do Rio do que várias cidades
Campo Grande não virou cidade, mas a distância do bairro ao centro do Rio é digna de muitos municípios emancipados. Traçando uma linha reta do centro de Campo Grande (na estação de trem) até o centro do Rio (Central do Brasil), são exatamente 40 km.
- Duque de Caxias: 18 quilômetros;
- São João de Meriti: 22 quilômetros;
- Belford Roxo: 28 quilômetros;
- Nova Iguaçu: 31 quilômetros;
- São Gonçalo: 17 quilômetros;
- Itaboraí: 38 quilômetros;
- Magé: 32 quilômetros;
- Maricá: 38 quilômetros.
Esses valores são aproximados, sempre considerando uma linha reta entre os centros dos municípios. Mesmo que não estejam totalmente corretos, dá pra ter uma ideia de como Campo Grande é, além de grande, bem afastado do centro.
