A cidade do Rio de Janeiro entra em uma nova fase de prevenção contra a gripe. A partir desta quarta-feira (16), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) amplia a vacinação contra a influenza para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade. A decisão ocorre em meio a um cenário de circulação ativa do vírus e ao registro de casos graves da doença neste início de 2025.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, a campanha já imunizou cerca de 400 mil pessoas até o momento. A meta, no entanto, é bem mais ambiciosa: vacinar aproximadamente 3 milhões de cariocas. Com essa ampliação, a prefeitura busca aumentar significativamente a cobertura vacinal e conter o avanço do vírus, especialmente em um momento do ano em que a circulação da gripe tende a se intensificar.
“A medida começa a valer hoje, 16 de abril, e visa proteger mais pessoas contra a doença“, informou a SMS por meio de nota oficial divulgada no portal da prefeitura. A ampliação ocorre após um período inicial em que a vacina foi oferecida prioritariamente a grupos de risco, como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades.
A gripe, embora muitas vezes subestimada, pode levar a complicações graves. Segundo a SMS, somente em 2025 já foram registrados 85 casos de internação por influenza e sete óbitos na capital fluminense. São números que acendem o alerta para a necessidade de ampliar a imunização o quanto antes.
Onde se vacinar no Rio
A vacina está disponível em 240 salas de vacinação distribuídas nas unidades de saúde da cidade, além de dois centros de referência com horários estendidos: o Super Centro Carioca de Vacinação de Botafogo, que funciona diariamente das 8h às 22h, e a unidade de Campo Grande, localizada no Park Shopping, cujo funcionamento segue o expediente do centro comercial.
Para se vacinar, basta apresentar um documento de identidade. A prefeitura também recomenda levar a caderneta de vacinação, se disponível, para facilitar o registro da dose. A vacina contra a gripe é anual: quem se imunizou em 2024, por exemplo, precisa tomar uma nova dose este ano. Segundo a SMS, para quem já tomou o imunizante em anos anteriores, o esquema vacinal é de dose única.
Vacina atualizada e segura
A vacina contra a gripe disponível em 2025 já contém as cepas atualizadas, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o hemisfério sul. A formulação leva em conta as variantes mais recentes do vírus influenza, o que aumenta a eficácia da imunização nesta temporada.
A SMS reforça que o imunizante é seguro e que não há contraindicações para a maioria da população. “As únicas exceções para precaução são pessoas com histórico de alergia grave em dose anterior do imunizante”, alertou a secretaria. Além disso, a vacina não é indicada para crianças menores de seis meses, faixa etária que ainda não está habilitada para o recebimento da dose.
Para todos os demais, o apelo é claro: vacinar-se é a melhor forma de proteção. Em caso de dúvidas, a rede pública de saúde está orientada a acolher e esclarecer a população. Médicos, enfermeiros e agentes comunitários têm sido mobilizados para orientar sobre possíveis reações e garantir que nenhuma barreira impeça o acesso à imunização.
Desafio de ampliar a cobertura
Apesar da importância da campanha, o desafio é grande. Com uma cobertura vacinal ainda distante da meta, a SMS precisa atingir mais 2,6 milhões de pessoas nos próximos meses. A ampliação para toda a população busca justamente reduzir os obstáculos, aumentar a adesão espontânea e facilitar o acesso à dose.
Especialistas em saúde pública reforçam que a baixa procura pelas vacinas nos últimos anos, especialmente após o auge da pandemia de Covid-19, preocupa. A disseminação de informações falsas e a falsa percepção de que a gripe é uma doença “simples” contribuem para a hesitação vacinal. No entanto, como os números deste ano mostram, a gripe pode ser letal — e a vacina, além de segura, é a melhor ferramenta para evitar complicações e mortes.
A decisão da prefeitura do Rio vai ao encontro de uma tendência nacional de expandir a imunização para além dos grupos de risco. Diversas capitais já adotaram a estratégia de liberar a vacina para toda a população diante do avanço dos casos e da baixa cobertura.
Um chamado à responsabilidade coletiva
A gripe não é apenas um problema individual. Quando muitas pessoas deixam de se vacinar, aumentam as chances de transmissão, internações e sobrecarga nos serviços de saúde — especialmente em um sistema que ainda se recupera dos impactos da Covid-19.
Com a liberação da vacina para toda a população a partir dos seis meses, a Prefeitura do Rio espera mobilizar os moradores e evitar novos surtos da doença.
A dose está disponível, os postos estão abertos e a proteção está ao alcance. A tarefa agora é garantir que cada carioca, de cada região da cidade, saiba disso — e compareça.
